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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Virou rotina.


Não sei como foi acontecer... Estávamos bem, até. E por um deslize, que para mim pode ter parecido simples, pra ele foi razão desencanto.
Carlos Manuel foi o primeiro cara pra quem olhei diferente depois do meu relacionamento trágico de um mês e meio com De La Fuente.
Pensei que fosse praga que alguém podia ter jogado em mim. Geralmente, as coisas entre mim e os homens acontecem muito depressa. Eles chegam e me fazem felizes. Em duas semanas, já me imagino namorando e a recíproca é verdadeira. A explicação para isso é que ou eles se apegam rápido por eu ser uma mulher sem frescuras nem meias palavras, ou é praga que alguém possa ter jogado em mim...
Mas depois, descobrem que ninguém transpira felicidade 24h por dia e sete dias na semana. Descobrem mas não entendem. A impressão que dá é de que eu mudei, que eu não sou mais nada daquilo que eles viram no começo e que eu sou insuportável feito uma loira bem linda e de olhos claros que os burgueses cobiçam.
Na verdade, eu tenho conflitos internos. E não. Ninguém tem nada a ver com isso. Sou carente, sou desesperada, ansiosa, eu calculo antes de pisar numa tampa de bueiro pra não correr o risco de cair num buraco sem fim e cair sentada no colo de alguma entidade do mal. Sabe como são as coisas... Nem sempre tirei a sorte grande e detesto quando isso acontece!
Pois bem, um dia, chamei sua atenção por uma coisa que eu achava que deveria e que pra ele, foi o fim. Depois daí, rolou mais uma discussão, perdi a calma. Perdemos a calma e ele virou o rosto para um beijo “formal” entre amigos.
Como é que é? Você me sugere que sejamos brothers após trocarmos beijos com sintonia e sexo excelente?
Onde eu estava com a cabeça? Só precisava de uma segunda chance pra mostrar que eu não sou implicante toda vez que não estou satisfeita. Mas não! Ele é de sagitário e nada do que eu diga, jamais, faria com que esse bípede pensasse diferente e me julgasse de outra forma. Da forma de antes, quando ele ainda achava meu corpo sensacional, meu rosto lindo, minha personalidade ideal... Muito tenso!
Tanto não mudou, que eu disse absolutamente tudo que eu tinha pra dizer e nada de ele me ligar pra dar a suposta resposta, sugerida por ele mesmo, que quatro dias depois do desabafo, não me deparei com nenhuma ligação desse  cabron.
Mas uma coisa eu confesso: Não choro mais. Não por gostar menos de alguém. Talvez por ter tido a oportunidade de sentar ao seu lado e dizer tudo o que eu gostaria. Argumentei, disse a ele a importância que lhe reservei na vida e até me desesperei algumas vezes quando o ouvi dizer coisinhas que me afastavam do meu desejo de estar com ele. Mas não demonstrei, claro.
Bom, basicamente, é isso que se passa comigo hoje. Penso em Carlos Manuel todas as manhãs, durante o expediente e antes de dormir. E por falar em expediente, seria a primeira pessoa pra quem eu teria ligado, se eu não tivesse a certeza absoluta de que ele não quer falar comigo, por enquanto.
Espero que esteja bem. Tenho certeza de que está. Carlos Manuel não de desespera e não sofre (quase nunca) na vida. E talvez um dia voltemos a nos encantar pelas coisas em comum que temos. Mas principalmente, desejo que aprendamos a não desperdiçar nossas vontades e nossos ânimos com coisas que nos levam a descrer de melhoras em nosso relacionamento.

Dolores Macchiavelli.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Aquela vellha história de "nada como um dia após o outro". E não é que funciona?!

Olhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei como dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque a gente, nesse momento, não é um bom lugar pra se estar. (Fernando Pessoa escreveu, num momento parecido, "hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu")
Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Alias, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha q não vai aguentar: as dores da vida.
Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás.
Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já tá lá longe.
A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, esse chumbo na garganta, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou.
Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. Como cantou Vinícius: "ë melhor viver do que ser feliz". Porque pra viver de verdade a gente tem q quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Acha que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar.
Ter e perder. Ter que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, eu sei como dói. Mas passa.
Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é FORTE e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser FELIZ.
Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de alto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.

Antonio Prata

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Desanúvio

Acordei. Senti meus pés tocarem o chão frio de madeira. Prenchi o vazio com lembranças daquele moço que há pouco se mudou de coração. Vagabundo que acorda no meio termo da tarde.
Preparo o café pra acompanhar o vício.
Sentei em frente à tela que exibia cores e formas comuns para tecer a manhã nublada.
Chove. Fumo aqui dentro e a fumaça corre janela a fora filtrando o desespero que não demora a transformar-se em angústia.
Me vi perdida diante de seus sinais bagunçados, disfarçados... Embora quisessem dizer algo, eu não lia nada.


Então, como você está hoje? Procurei por um aval e encontro você imerso em carinho e interesse de outros corpos que não o meu. Corpos dispostos a te guardar.
Não encontro razão para reagir e interferir nessa travessia imbecil em meio a passos vazios


Uma noite sonhei contigo, sofri sonhando. Saí de mim, sonhando. Sobrevivi, acordada, afinal.


No dia em que a alimentação estava sensacionalmente torta e o sono mal dormido, eu te atndi indiretamente.
Contra minha vontade, te senti sereno me contando seus planos, seus novos amores... Citou um texto, algo para eu ler e de sua autoria.


Curioso, quis saer o que acontecia de tão especial nos sonhos que tive.
Impaciente, questionava o porquê de tanta cautela ao falar de sonhos.
Mal educado, aceitou meu silêncio.
Indefinido, pediu para que aguardasse suas palavras premeditadas.
Breve, despediu-se.


Sem fome, sem sono e desgastada encontrei refúgio bem alí, em cikma da mesa. Uma caneta e um caderno com folhas sem pauta. Fiz deles meus irmãos.


Escrevi para vocês o conflito interno de alguém que pretende desistir...

Desabafo Ridículo